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#RadioGloss – João Brasil

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Ele é carioca, ele é carioca, just see the way he sounds… Esse é o melhor jeito de introduzir (ui!) João Brasil numa pegada a la Tom Jobim feat. Vinicius de Moraes. Sim, “feat”porque João é cosmopolita, é um cidadão do mundo, é praticamente o personal DJ das privates Parties do principe Harry (isso eu inventei) e só fala inglês britânico COM SOTAQUE (isso é verdade, rs).  SUPER hypado no cenário musical contemporâneo  (AMO falar hypado e acho super MTV da minha parte escrever “Cenário Musical Contemporâneo), João já misturou Beatles e Tom Jobim ao funk carioca, além de colocar Michael Jackson em cima do trio elétrico de Ivete Sangalo. Com esse currículo já podemos amá-lo, né? Não! Calma!! Ainda não se apaixone! Tem mais! Ele fez mestrado, toca nas melhores baladinhas da Europa, tem milhares de views no Youtube e ainda é o artista brasileiro preferido do Fatboy Slim! Pronto, agora já pode se apaixonar!

Eu conversei com ele e só digo uma coisa: QUE BRASIL É ESSE? #VoltaRenatoRusso

Cara de malandro carioca

Me chama de Pedro Álvares Cabral que eu quero descobrir o Brasil!

HG – Primeira coisa: Seu nome é João Brasil mesmo, ou é nome artístico pra fazer sucesso fora?
João Brasil – Meu nome é João Henrique Martins Rodrigues, mas minha mãe é Solange Brasil. Meu nome artístico é 50% verdade, 50% caô. Rsrs

HG – Quando e como tudo começou? Você esperava fazer sucesso aqui ou lá fora? Ou foi uma coisa “Lua de Cristal” – Faz de mim estrela que eu já sei brilhar?

João Brasil – Lua de Cristal é bom demais!! rsrs Comecei cantando e produzindo minhas músicas depois que sai da faculdade de música. Me formei na Berklee em Boston. Voltei pro Brasil e montei um estúdio de gravação no Rio de Janeiro, e o João Brasil surgiu nas horas vagas que tinha no estúdio. Depois comecei a fazer festas (Calzone e Dancing Cheetah) no Rio com amigos, e o DJ João Brasil surgiu nesse período. As festas já estavam bem badaladas, e eu já estava viajando para várias cidades do Brasil para tocar. Fui para Londres para fazer um mestrado(em design para mídia interativa na Middlesex University) e viver toda aquela atmosfera de música e arte.

JB

HG – Morar em Londres não dificulta tocar aqui no Brasil? Você vai ficar lá pra sempre? Posso me hospedar na sua casa?
João Brasil – Dificultou um pouco, ano passado vim ao Brasil quase todo mês. Morei três anos em Londres. Me mudei de volta para o Rio em setembro do ano passado para ter minha filha, Maria, no Brasil. Maria Brasil tem que nascer no Brasil, né? rsrs Porém, tenho vários contatos para você por lá.

HG – Você tocou no réveillon de Copacabana e também ahazou no #CamaroteBrahma. Quais são os próximos planos? Copa de 2014? O que falta?

João Brasil – Eu toquei uma vez no réveillon de Copabana (2011-2012), mas fiz a trilha sonora dos fogos dos últimos três anos. Adoro tocar no Camarote Brahma, toquei no ano passado também. Estou com planos de lançar meu disco autoral este ano e, quem sabe, fazer algum trabalho para a Copa, vai ter muita coisa legal rolando no Brasil.

 

Tombando no Camarote Brahma

Exalando magya no Camarote Brahma

HG – Você é magya, simpático e ainda é um DJ de sucesso. Isso é imã pra mulher. Você é casado? Não tem muita “Maria pick-up” por aí não? Como é o assédio?
João Brasil – Sou casado e a minha filha tem só dois meses. Eu sou bem tranquilo, então as Marias e Mários pick-ups não me assediam muito. Quando vêm assediar, acabo virando amigo.

HG – O seu projeto “365 mashups” em que você lançou um mashup por dia durante um ano foi muito cansativo? Pensou em desistir? De onde saiu tanta música? Como era o processo? Você fazia um por dia mesmo ou deu uma roubadinha?
João Brasil – Foi um dos maiores trabalhos que fiz na minha vida. Eu fazia meu mestrado junto com o projeto, então foi uma loucura. Não desisti por causa dos empolgados que acompanharam esse projeto louco. Eu fazia um por dia mesmo, não tenho um senso de organização muito elevado, então era mais fácil para mim ir fazendo diariamente. Duas vezes fiz 6 mashups em um dia pois ia viajar e ficar sem internet. As músicas saíam da própria internet.

João Brasil durante o Réveillon de Copacabana

João Brasil durante o Réveillon de Copacabana

 

HG – Hoje em dia qualquer um acha que pode ser DJ. O povo grava um CD, faz uma playlist e acha que pode sair tocando por aí só porque apareceu na TV ou fez um blog, um twitter… O que acha desses DJs? E o que diferencia o trabalho de um produtor musical e de um DJ de verdade do desses truqueiros da night?
João Brasil – A mentira na pista tem perna curta. O DJ tem que se provar bom e fazer a pista bombar para continuar a ser convidado para tocar. Se o cara não esquentar a pista, não vai ser chamado novamente pelo contratante. Sou a favor do baile, sempre, pode vir com playlist, truques, live, Serato, vinil, dançarinas… A forma para mim não importa, e sim o conteúdo e a resposta do público.

HG – Além da óbvia influência musical brasileira, que outros artistas te inspiram? Com quem você sonha trabalhar?
João Brasil – Sou inspirado por muitos músicos e artistas de diversos estilos. John Coltrane, Sepultura, Diplo, Hermeto Pascoal, Mr. Catra, Michael Jackson, The XX, Os Beatles… Sonho em trabalhar com o Caetano Veloso.

 

JB 360

HG – Você sabe o que está tocando nas rádios do Brasil? O que acha dos hits atuais, como Naldo, Camaro Amarelo? Rola de fazer um mashup com algo das paradas de sucesso de rádios populares pra gente?

João Brasil – Sim, estou sempre ligado, esse é meu trabalho. Sou fã do Naldo, toquei em dois eventos de que ele participou este ano: No #CamaroteBrahma e na Praia de Copacabana #mostraseujogo. Rola de fazer o mashup sim. O grande problema de fazer mashups com música brasileira é a falta de acapellas (vozes sem base instrumental) de artistas nacionais na rede. Faço aqui um pedido: Alô artistas brasileiros! Liberem as vozes e as bases instrumentais! A maioria dos artistas internacionais liberam as vozes pois sabem que a música pode ser multiplicada por DJs posteriormente.

 

 

HG – Agradar públicos diferentes não é fácil. Como você lida com cada pista?
João Brasil – O DJ tem que ter sensibilidade para entender o público enquanto está tocando. Acho que essa é a maior arte do DJ. Por isso que muitas vezes levar a playlist pronta não funciona.

 

HG – O que você acha dessa onda tecnobrega que está tão em alta? Hype passageiro ou tem futuro?
João Brasil – O tecnobrega do Pará é igual ao funk carioca, nesse caso. Acredito que vai passar por altos e baixos, mas a cena é gigante por lá, vai sempre existir e se modificar. Com o funk acontece isso, às vezes está na mídia, as vezes não, mas está vivo nas comunidades e periferias. Como o Brasil está crescendo economicamente, acredito que ambos aparecerão cada vez mais na grande mídia. Um bom exemplo disso é o “Esquenta” da Regina Casé, que eu particularmente adoro.

 

HG – Faz pra mim uma playlist dos hits indispensáveis numa trilha by João Brasil.
João Brasil – Mini playlist de hoje: Mamãe Passou Açucar em Mim (MC Duduzinho), Ela é Top (MC Bola), Galera da Laje (Gaby Amarantos), Vânia (Banda Uó), StarChic (Bonde do Rolê), Ah Lelek lek lek lek lek, Sou Foda 212 (João Brasil Mashup), Cerol no VCR (João Brasil Mashup), Tic Tic Tac (Banda Carrapicho), Adocica (Beto Barbosa) e Cobrinha Fanfarrona (João Brasil).

 

HG – O que tenho que fazer para conseguir um desconto e ter você tocando na minha próxima festa?
João Brasil – Não precisa fazer nada. Te dou um desconto. rsrs

 

HG – Já que você mora em Londres, cite pra gente seus lugares favoritos pra gente visitar quando tiver condições de comprar libras.
João Brasil – Não estou mais lá fisicamente, mas meus lugares favoritos são: Broadway Market no sábado, Columbia Road Market no domingo, Tate Modern, Cafe Oto e Old Blue Last.

Acompanhe o João Brasil e sua magya no site dele e no twitter: @joaobrasil 

Um pouco mais do trabalho do João Brasil:

por Diogo Alcantara, 7 de March de 2013

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