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Entrevista: Ana Paula Padrão defende participante e revela por que prefere não saber o vencedor antes da hora
Dona de uma das carreiras mais respeitadas do telejornalismo no Brasil, Ana Paula Padrão mudou de ares há pouco mais de um ano e meio. Convidada pela Band, assumiu a apresentação daquele que se tornou o maior êxito do canal em tempos, o reality “MasterChef Brasil”.
Acostumados a vê-la nas bancadas só da cintura pra cima, hoje assistimos à linda de corpo inteiro! Os terninhos deram lugar a peças mais extravagantes, enquanto os cabelos ficaram mais longos e encaracolados.
A repaginada não parou no visual: Padrão está mais leve, solta e divertida que nunca! A jornalista não se cerca mais para esboçar opiniões… se joga em caras e bocas, levando o público ao delírio e virando memes nas redes, instantaneamente. Em entrevista ao hugogloss.com, a maravilhosa comenta essas brincadeiras da internet, relativiza o sucesso do programa e defende uma das participantes mais emblemáticas da atual edição. Receeeeeeebam!
HG: Você dedicou 28 anos de sua carreira ao jornalismo. Quando e como foi o start de que queria fazer outras coisas também?
AP: Não cheguei a decidir que queria fazer outras coisas. Minha decisão primordial foi a de que não gostaria mais de ser âncora de telejornais. E a partir daí passei mais de um ano fora do ar, cuidando de projetos novos das minhas empresas, a Touareg Conteúdo e a Escola de Você, dentro da Tempo de Mulher. Foi então que a Band me procurou com o convite para apresentar o MasterChef.
HG: Quando rolou o convite, pintou algum receio de comandar pela primeira vez um programa de entretenimento?
AP: Acho que tive sorte. Tive mais de um ano para “descansar” a imagem e não passei bruscamente de um território a outro. De qualquer maneira, transições de imagem são sempre difíceis. Os telespectadores que te acompanhavam e aprovavam na função anterior sentem-se traídos e tendem a rejeitar sua nova atividade. Essas coisas levam tempo. Quem faz TV tem que estar preparado para esperar o tempo cumprir seu papel.
HG: Qual era sua relação com a gastronomia antes do reality? E como é agora?
AP: Sempre foi muito boa. Um dos meus hobbies sempre foi cozinhar. Adoro um fim de semana em casa arriscando uma receita nova!
HG: Acha que seu “tompero” agradaria aos jurados?
AP: Gosto do que faço e meus amigos não reclamam. Mas apresentar para os jurados? Nunca!!! Eu tremo tanto quanto qualquer participante só de pensar em levar meu prato naquele púlpito e passar pelo crivo dos Chefs! Cada um no seu quadrado: profissional é profissional, eu sou apenas aspirante a amadora! Rs!
HG: Nossa, eu suo frio só de imaginar! Hahahaha Qual jurado você acha que coloca mais medo?
AP: O que eu ouço da maioria dos participantes é que o Jacquin é o que mais os amedronta. Deve ser porque ele não tem papas na língua e as frases de efeito dele são geniais – mesmo quando são muito cruéis. Jacquin é como uma criança: não tem filtro, fala o que vem à cabeça.
HG: O que você mais gosta de comer?
AP: Comida simples, mediterrânea, bons frutos do mar, tomate, azeitona.
HG: Uma coisa que todo mundo comenta é que assistir ao MasterChef dá muita fome! Lá na hora de gravar você também ficava assim? Você comia os pratos dos participantes ou tinha medo? Kkkkkkk
AP: Eu comoooooooo! Jurooooooo! Belisco os pratos dos candidatos justamente para entender os comentários dos Chefs. Se eles dizem que um candidato está “fora da curva” naquele dia, tento entender por que, o que o atrapalhou, por que está sofrendo ou aflito ou deconcentrado. E também para entender quando um dos jurados critica a “acidez” de um prato ou um erro específico na técnica usada.
HG: O que acontece com aquela contagem regressiva em que os 10 segundos parecem virar 20? Hahaha Você quer ajudar os participantes, é isso?
AP: Claroooooooo! Fico aflita, querendo que todos terminem e entreguem o que planejaram. Por isso no supermercado, onde não há relógio, sempre dou uma colher de chá aos participantes.
HG: Você alterna entre “anja” e “demônia” no programa. Ao mesmo tempo em que consola participantes, também “instiga” a rivalidade entre eles. Qual papel você gosta mais de encarar?
AP: Sou amiga de todos eles e sofro por cada um. De verdade, a gente se envolve, quer que eles melhorem, torce para que os problemas, como gripes, tensão, não atrapalhem o desempenho dos candidatos. Mas também é minha função explicitar para o telespectador o que está acontecendo. Se não trago pra frente das câmeras os conflitos entre eles o telespectador terá mais dificuldade para formar opinião e torcidas.
HG: E você, tem sua torcida?
AP: Essa é uma resposta difícil. Acabo entendendo tanto a personalidade de cada um que, como qualquer amigo, torço por vários. Mas também sou apresentadora e sei que perderemos um a cada episódio. Então não me permito torcer demais por nenhum para não me entristecer demais! Acho que é isso. Não tenho controle total sobre minhas expectativas, mas tento fazer com que elas sejam neutras no andamento do programa.
HG: Suas expressões diante dos participantes principalmente quando rola o veredicto dos jurados, geram vários memes na internet. O que tem achado desse tipo de repercussão?
AP: Adoro os memes. Até reposto alguns. São criativos e bem-humorados. O chato é sempre o xingamento, a baixaria, os palavrões escondidos atrás do anonimato da internet. As piadas são ótimas e programa que faz sucesso gera todo tipo de piada, o que é ótimo!
HG: Há algumas semanas, você andou dando respostas um pouquinho ácidas no Twitter… O que aconteceu?
AP: Você achou ácidas? Achei tão bem humoradas…
HG: hahahahaha Eu achei maravilhosas!!! Uma das participantes mais emblemáticas dessa edição foi sem dúvidas, a Iranete. Ela ganhou status de diva nas redes sociais e ficou com fama de preguiçosa! Ela era meio devagar mesmo? Kkkkkkk
AP: Ela é super ágil! Uma das participantes mais plugadas no 220V desta edição. Em um dos episódios, ela terminou uma receita muito antes do prazo e talvez isso tenha dado a ela uma fama que não condiz com a realidade. Iranete é uma vencedora. Saiu de um berço pobre, não teve uma educação formal de qualidade e ainda assim não se deixa intimidar diante de pessoas com repertório maior que o dela.
HG: O Masterchef diverte muito o público, mas em alguns momentos também emociona. Qual ou quais situações mais te tocaram?
AP: Nossa, várias! São tantos dias de convivência, e tantas horas por dia que não há como não gerar envolvimento. Mas acho que a partir da metade do programa para frente a gente sofre mais com cada saída, com cada despedida.
HG: Você ainda tem contato com os participantes da primeira edição?
AP: Com quase todos. Encontro com eles eventualmente e nos falamos nas redes sociais.
HG: Lembro que no final do ano passado foi detectado o desaparecimento de algumas panelas e outros equipamentos que eram usados na cozinha do Masterchef. Sabe o que realmente rolou?
AP: Bem, como não me julgo uma pessoa desinformada e nunca soube de nada parecido com isso imagino que ou não houve ou não foi grave!
HG: O vencedor do “Masterchef 2” já está decidido e inclusive registrado em cartório. No entanto, você prefere não saber do resultado até o dia da final. Por quê?
AP: Justamente para ficar tranquila e não precisar esconder a informação. Todo mundo pergunta quem ganhou. E eu digo que não sei por que realmente não sei!
HG: A atual edição do Masterchef vem apresentando números 70% superiores aos registrados pela primeira, ficando em primeiro lugar com bastante frequência. A que você credita isso?
AP: Essa evolução era esperada por quem entende do formato. Ele se comporta assim em todos os países nos quais foi produzido. A audiência vai se empolgando a cada edição e passa a esperar pela edição seguinte.
HG: Qual é o sabor da liderança de audiência?
AP: Não me iludo, não me encanto, não alimento, mas saboreio cada instante. Estou na TV faz tempo e sei que circunstância é o nome do jogo. É justo ficarmos felizes com o sucesso. Fizemos um bom trabalho, fomos humildes, demos valor a cada uma das peças da engrenagem, trabalhamos duro, tivemos coragem, fomos solidários e nos pusemos à prova. Todos nós, do contrarregra ao diretor. Vamos comemorar intensamente enquanto o público nos quiser e ter uma vida sólida lá fora para nos sustentar quando outra novidade aparecer.
HG: E o que você pode adiantar pra gente do Masterchef Kids? (Já sabemos que o time de jurados permanece o mesmo, assim como o diretor e que serão 8 episódios com duas eliminações por noite.)
AP: Que seremos todos bonzinhos com as crianças e que será um programa com mais humor!
























