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Ellen Page relata episódio de assédio e homofobia de Brett Ratner, diretor de “X-Men”

A atriz Ellen Page é mais uma a relatar casos de assédio na indústria cinematográfica de Hollywood. Nesta sexta-feira (10), ela divulgou um post em seu Facebook acusando o diretor Brett Ratner de tê-la “tirado do armário” durante uma reunião com o elenco e a equipe de “X-Men 3: O Confronto Final”, antes do início das filmagens.

Segundo a atriz, na época do incidente, ela não tinha se assumido homossexual e o diretor fez um comentário para constrangê-la. “Eu tinha dezoito anos de idade. Ele olhou para uma mulher de pé ao meu lado, dez anos mais velha, apontou para mim e disse: ‘Você deveria transar com ela para fazê-la perceber que é gay’. Ele era o diretor do filme, Brett Ratner“, escreveu Page.

A atriz assumiu publicamente sua orientação sexual em 2014, num evento da Campanha de Direito Humanos, onde foi ovacionada de pé, após um discurso inspirador. Segundo ela, o comentário do diretor a deixou com sentimentos de vergonha por sua sexualidade. “Eu me senti violada quando isso aconteceu. Olhei para os meus pés, não disse uma palavra, assim como todos os outros. (…) Ele me ‘tirou do armário’ sem consideração nenhuma pelo meu bem-estar, um ato que todos reconhecemos como homofóbico. Eu continuei a observá-lo no set, a dizer coisas degradantes para as mulheres“, continuou ela.

“You should fuck her to make her realize she’s gay.” He said this about me during a cast and crew “meet and greet”…

Publicado por Ellen Page em Sexta, 10 de novembro de 2017

Em outro trecho, Page relatou mais um episódio com o diretor. “Entrei em uma briga com Brett em certo ponto. Ele estava me pressionando, diante de muitas pessoas, para vestir uma camiseta estampada ‘Time Ratner’. Eu disse que não e ele insistiu. Eu respondi: ‘Eu não sou do seu time’. Mais tarde, os produtores do filme vieram ao meu trailer para dizer que eu ‘não poderia falar assim’. Eu estava sendo repreendida, mas ele não estava sendo punido nem despedido pelo comportamento descaradamente homofóbico e abusivo que todos testemunhamos. Eu era uma atriz que ninguém conhecia. Eu tinha dezoito anos e não tinha ferramentas para saber como lidar com a situação“.

Várias outras atrizes, incluindo Olivia Munn, já falaram contra o diretor. “Agora posso me afirmar e usar minha voz para lutar contra a insidiosa atitude homofóbica e transfóbica em Hollywood e além. Espero que, com a posição que tenho, possa ajudar as pessoas que podem estar lutando para serem aceitas e terem permissão de serem quem elas são – para prosperar. Jovens vulneráveis, sem as vantagens que tenho, são muitas vezes diminuídos e forçados a acharem que não têm opções para viverem a vida que eles deveriam liderar com alegria“, acrescentou Page.

por Raphael Amador, 10 de November de 2017

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